Por Thereza
Taylanne Souza Loureiro Cavalcanti
Os tumores do sistema
nervoso central (SNC) incluem tanto as neoplasias malignas quanto as não
malignas, do cérebro e da espinal medula.Neoplasias malignas primárias do SNC
são, depois dos distúrbios hematológicos, o segundo câncer mais comum na
infância. São os tumores sólidos mais comuns nessa faixa etária e lideram as
causas de morte por câncer em pediatria, superando até as taxas de mortalidade
da leucemia linfoblástica aguda. (LINABERY; ROSS, 2008)
Nos Estados
Unidos, a incidência estimada de tumores primários do SNC na infância é de 4,5
casos por 100.000 pessoas/ano. A sobrevida estimada de cinco anos para todos os
tumores primários do sistema nervoso central é de cerca de 65% em pacientes de até
19 anos (CBTRUS, 2008)
Os tumores do
SNC predominam em meninos, de etnia caucasiana ou hispânica. O aumento abrupto
na incidência, a partir de 1985, é atribuído à disponibilidade progressivamente
maior de imagem por ressonância magnética, a qual melhorou bastante a sensibilidade
diagnóstica. (HOMER et al., 2006; BLEYER et al., 2006)
Há dois sistemas
de classificação principais para os tumores do SNC infantis: (1) o da
Organização Mundial de Saúde – OMS, baseado na histopatologia; e (2) a
Classificação Internacional de Cânceres Infantis – ICCC, baseado no sítio
original da lesão e na sua apresentação clínica. (LOUIS et al., 2007)
A distribuição
histológica desses tumores varia de acordo com a faixa etária analisada.
Tumores do tecido neuroepitelial, os chamados gliomas, são responsáveis por
quase 75% de todos os tumores primários do SNC na infância. Dentre estes, incluem-se
o astrocitoma pilocítico, um astrocitoma de baixo grau que é o tumor cerebral
mais comum; e o meduloblastoma, o tumor maligno do SNC mais comum na infância. (CBTRUS,
2008)
A localização do
tumor impacta a apresentação clínica. Os tumores cerebrais representam cerca de
90% de todos os tumores do SNC, enquanto os demais tumores do SNC são
encontrados na medula espinal e nos nervos cranianos. Na criança, até dois
terços são infratentoriais, ao contrário dos adultos.
Embora a
etiologia da maioria dos tumores do SNC na infância permaneça desconhecida,
dois fatores de risco para seu desenvolvimento estão estabelecidos: exposição à
radiação ionizante e síndromes genéticas específicas, como a neurofibromatose,
a síndrome de Gorlin, síndrome de Von Hippel-Lindau, e esclerose tuberosa. (TAYLOR et al., 2010)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bleyer A,
O’Leary M, Barr R, Ries LAG (eds): Cancer
Epidemiology in Older Adolescents and Young Adults 15 to 29 Years of Age,
Including SEER Incidence and Survival: 1975-2000. National Cancer
Institute, NIH Pub. No. 06-5767. Bethesda, MD 2006.
Central Brain Tumor Registry of the United States. 2007-2008
primary brain tumors in the United States statistical report, 2000-2004.
www.cbtrus.org/reports/reports.html (Accessed August 14, 2008).
Homer MJ,
Ries, LAG, Krapcho, M, et al (eds). SEER
Cancer Statistic Review, 1975-2006. http://seer.cancer.gov/csr/1975_2006/.
(Accessed May 20, 2008).
Linabery AM,
Ross JA. Trends in childhood cancer incidence in the U.S. (1992-2004). Cancer 2008; 112:416.
Louis DN,
Ohgaki H, Wiestler OD, Cavenee WK. Classification
of Tumours of the Nervous System, IARC Press, Lyon, France 2007.
Taylor AJ,
Little MP, Winter DL, et al. Population-based risks of CNS tumors in survivors
of childhood cancer: the British Childhood Cancer Survivor Study. J ClinOncol 2010; 28:5287.